Livro:
"Biografia de Vicente Geraldo de Mendonça Lima. Sua vida, sua família"
(3ª Edição, revista e ampliada)
-2012-
Autor: Antonildes Bezerra de Mendonça - anto-bezerra@hotmail.com
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Óleo de Antonildes Bezerra de Mendonça - 06.04.2002 |
Biografia
Vicente Geraldo de Mendonça Lima nasceu na cidade de Maranguape, Estado do Ceará, no dia 05 de Dezembro de 1880, filho de João Corrêa de Mendonça e Thereza Correa de Mendonça. Veio para o Amazonas no dia 17 de fevereiro de 1894, com apenas 14 anos de idade, em companhia de um padre de nome Pedro Abreu Pereira. Após anos em Itacoatiara, passou a residir em “São José do Amatarí” (1901/1902), onde abriu escola para ensinar crianças da comunidade Iranduba e, sob comando do engenheiro Alberto Rangel, secretariou os serviços de medição e demarcação da Colônia Agrícola “Pedro Borges”. Daí foi residir na Vila de Silves (AM), onde ocupou o cargo de Secretário da Superintendência, hoje Prefeitura Municipal. “Em Boca dos Autazes, para onde se mudou, acabou sendo escravo branco de um fazendeiro chamado José Pedro”. LEONG, Leyla. In: “VICENTE DE MENDONÇA JR. UM MESTRE DO DIREITO”. KintawDesign em Bookman Old Style 10/14, 2009. P. 21.
Foto de Joana Rebêlo de Mendonça,
matriarca da família Mendonça
No mesmo ano, naquela vila, casou-se com a então jovem de apenas 14 anos de idade, Joana Marques Rebelo (16/06/1891 – 05/07/1984), filha de Silvano Manoel Marques e Edwiges Marques Rebêlo. Com ela constituiu família composta de 12 (doze) filhos, dentre eles, José Rebelo de Mendonça (18/09/1919 – 14/12/2004) que era advogado e foi funcionário aposentado da Fazenda Estadual, tendo servido como Tesoureiro na Mesa de Rendas de Itacoatiara e, em 1946, assumira por 53 dias, de 04/01 a 26/02, a Prefeitura de Itacoatiara, quando fez o calçamento da Avenida Torquato Tapajós (hoje Avenida Parque), no lance que se estende da Rua Eduardo Ribeiro à Rua N.S. do Rosário. Também exerceu a vereança e deixou o cargo em 09/05/1952. Outro filho, Vicente Geraldo de Mendonça Lima Júnior (19/09/1921 - 23/02/2009).
Os seus demais filhos falecidos: João (meu pai e de mais dois irmãos de nome Maria do Socorro e João), Antonino, Antonio – o primeiro (falecido afogado na década de 1930, ao atravessar de um navio para o outro em frente à rampa de Itacoatiara), Antonio – o Secundo (falecido no Rio de Janeiro ao cair do 10º andar de um apartamento); Flóro (18.09.1906-18.06.1970), contemplado com o seu nome no Estádio de Futebol de Itacoatiara; Edwiges, Thereza, Gracilinda, Maria e Cleonildes (“Miquita”) - moça de bela aparência e de caligrafia esmerada, o que lhe permitiu trabalhar no Cartório auxiliando o seu pai, na década de 1940.
Vicentinho, quando se casou, tinha apenas 24 (vinte e quatro) anos de idade, e como era escasso o ensino escolar da época na Vila em que vivia e dado ao seu desejo de melhoria de vida dos seus filhos, em 1915 regressou a Itacoatiara, justamente quando esta cidade estava com 41 anos de sua elevação de Vila de Serpa à categoria de Cidade; fato que foi determinado pela Lei nº. 283, de 25 de Abril de 1874, originada do Projeto do Deputado Estadual Damaso de Souza Barriga, eleito em 1870, 1874, e 1876 - ano em que faleceu, a 16 de junho.
Em 10 de janeiro de 1916, funda a Escola “Minerva”, que passou a funcionar inicialmente no imóvel nº. 6 da Rua Eduardo Ribeiro, sob o comando da ex-professora pública Joaquina Lindoso. À época, símbolo de escola avançada e exemplo de modelo educacional, chegara a receber elogios do Diretor da Instrução Pública, professor Agnelo Bittencourt.
Após vários anos letivos, Vicentinho Mendonça trasladou-a para a sua casa situada na Avenida 7 de Setembro nº 922 (desapropriada pelo Prefeito Mamoud Amed Filho e demolida no dia 12 de setembro de 2001, para a construção do Colégio que tem o nome do patriarca, inaugurado no dia 05 de Abril de 2002), onde passou a funcionar normalmente. Em 1928, chegou a manter 36 alunos de ambos os sexos, conforme registro oficial. Como incentivo, sempre dividia os seus alunos em duas turmas, dando a cada uma, distintamente, a cor azul e a vermelha, com as respectivas bandeiras. Quando os alunos da turma azul suplantavam nas matérias a turma vermelha, a sua bandeira celeste era hasteada na fachada da escola e só baixada com a vitória da turma vermelha que, sucessivamente, levantava o seu rubro pendão. E, desta forma, os ensinamentos do seu Vicentinho tinha sequência proveitosa. Os alunos eram rivais apenas nas cores e entre eles não havia violência. Todos se entendiam mutuamente! Isto fazia com que os seus alunos obtivessem grande avanço nos estudos e gerasse a exclusão da tradicional palmatória. Nessa forma de incentivo a Escola ganhava admiradores e aumentava cada vez mais o número de alunos. Mesmo como Diretor e Professor, o seu Vicentinho ainda exercia o cargo de Secretário da Câmara Municipal de Itacoatiara, assumido também em 1916; porém, para ajudá-lo nessas árduas tarefas, que às vezes o fazia entrar pela madrugada, tinha como Secretário o competente e saudoso Cristóvão “Serra”, E assim a Escola “Minerva”, com denodo, impregnou os principais ensinamentos a várias descendências.
Professor emérito, sempre transmitiu às gerações sucessivas que “educar é extrair de uma criança (à medida que cresce) um homem, um cristão, um santo”. Não distinguia a educação da instrução, muito embora consciente de que a educação é o produto do ambiente familiar e a instrução o produto da escola.

Vicente Geraldo de Mendonça Lima, também foi Secretário do Superintendente João da Paz Serudo Martins, que governou Itacoatiara até 1919, tendo iniciado, conforme Lei nº 290 de 25 de julho daquele ano e deixado bem adiantado, o prédio do Matadouro Municipal (foto acima), considerado por este como a obra mais relevante de sua administração. Observe que, justamente em 1919, no dia 18 de Setembro, o biografado assistia ao nascimento do seu filho José Rebelo de Mendonça, que viria a assumir o governo do Município em 1946, durante 53 dias. O referido prédio foi concluído na administração do seu sucessor Francisco Olympio de Oliveira. Atualmente, melhorado e ampliado, deu lugar ao Centro Cultural “Velha Serpa”.
Ao deixar as atividades à frente da mencionada Escola “Minerva”, passou a exercer a função de Tabelião do Cartório de Registro de Imóveis do 1º Ofício de Itacoatiara, nomeado pelo interventor Dr. Rogério Coimbra, no qual adquiriu a sua aposentadoria compulsória, no dia 30 de novembro de 1950. É necessário citar que esse Cartório funcionara no conjunto de casas situado na Rua Quintino Bocaiúva, frente à Praça da igreja matriz N. S. do Rosário, tendo numa delas, no canto Sul, funcionado as Lojas “Pernambucanas” durante décadas. Atualmente, após reforma que as modificou para um só salão, nele está funcionando uma filial das Lojas “Paraíba”.
Na sua luta cotidiana para o sustento dos seus familiares, Vicente Geraldo de Mendonça Lima recebeu o agrado de “Vicentinho”, dado à sua pequena estatura e o seu modo respeitável de se comunicar; fato que o popularizou na Velha Serpa, com este tratamento, até o final de sua existência e também lembrado nos tempos atuais. Durante a sua morada em Itacoatiara, ou seja, após 17 (dezessete) anos de sua vinda de Silves, ocorreu bem na frente da cidade, nas proximidades do Cais do Porto, um fato que deixou a pequena população itacoatiarense apavorada: a Batalha Naval, travada pelos Legalistas vindos de Manaus contra os rebeldes Constitucionalistas de Óbidos – Pará, que tiveram seus navios “Andirá” e “Jaguaribe” afundados pelos navios “Baependi” e “Ingá” dos Legalistas; no dia 24 de agosto de 1932, época em que era Prefeito o Capitão Gonzaga Tavares Pinheiro, que por suas investidas enérgicas e corajosas em favor dos Legalistas, se transformou no grande herói da Batalha.
Com o passar dos anos, “Vicentinho” Mendonça ia, aos poucos, criando base política na cidade e no interior e os ocupantes do poder, vendo-o como forte adversário ao reconhecer o seu prestígio no Município, destituíram-no de todas as suas atividades, razão que o levou a cultivar a agricultura em um sítio denominado Igarapé do “Açacu”, nas proximidades de Itacoatiara.
Vicentinho Mendonça tinha uma inteligência privilegiada e se dedicava muito à leitura. Exemplar chefe de família era muito caseiro. Sempre foi um homem de ilibada honradez, autêntico conselheiro dos humildes e admirado pelo seu modo de tratar as pessoas. Criou vários netos, afilhados e estranhos, educando-os como filhos. Entre esses “filhos”, o seu afilhado professor Armando Kettle, cujo nome foi dado a um Colégio da cidade de Urucurituba, em reconhecimento aos seus relevantes trabalhos na área escolar daquele Município.
Era seu irmão o Sr. Pedro de Mendonça Lima (“Pedroca”), pai do saudoso Antonio Vital de Mendonça – o popular “Quitó”, que deu origem ao nome do Colégio Educacional de Itacoatiara (que ajudou a fundar) e a uma praça; ao ter sucumbido tragicamente, aos 30 anos de idade, no acidente aéreo, ocorrido em Itacoatiara, às 12 horas do dia 9 de agosto de 1955, quando, ladeado ao engenheiro Alberto Jacobfen, o piloto e o mecânico do teco-teco do Aeroclube de Manaus, fazia o vôo de reconhecimento da área para o projeto da hoje Estrada Rodoviária Manaus/Itacoatiara, que também ostenta o nome desse mártir. O povo todo da cidade entrou em desespero diante do triste acontecimento e velou a noite inteira, na sede do PTB, partido pelo qual foi eleito, situada na esquina da Rua Quintino Bocaiúva com a Rua Cassiano Secundo, o corpo carbonizado do seu amado representante. “O enterro do Deputado Antonio Vital de Mendonça se transformou em um acontecimento memorável”. In: SILVA, Francisco Gomes. “Cronografia de Itacoatiara” v.2. Manaus, Imprensa Oficial do Estado do Amazonas, 1998.

É imprescindível o registro de que Antonio Vital de Mendonça foi advogado (prático) trabalhista e versado em tributos, defendendo inúmeras causas com sucesso. Na política, foi eleito Vereador em 16.12.1951 e aspirando ao cargo de Deputado Estadual para o período legislativo de 1955/1959, obteve a maior votação em todo o Estado do Amazonas. Pedro Mendonça era pai também dos Srs. Gerson, Wilson, Otoniel, Edson, Pedro, João Batista (falecidos); Tereza, Ermelinda, Sebastião (“Basinho”) e Jurandir Vital de Mendonça (falecido). Este, gozando de compostura por tradição familiar e de grande prestígio em Itacoatiara, foi eleito Vereador, tendo assumido em 12/01/1956. Seu filho, Jurandir Cleuter Barros de Mendonça (foto 1), é empresário e proprietário da Rádio Difusora de Itacoatiara. Exerceu 16 anos de mandato de Deputado Estadual (de 1975 a 1986; e de 1991 a 1994), Neste último período foi Secretário de Articulação Política do Governador Gilberto Mestrinho. Outro seu filho, Dr. Fábio Barros de Mendonça (foto 2, desempenha em Manaus a advocacia com brilhantismo. Pedro Mendonça ainda deixou os seguintes filhos do segundo casamento: Renato, Joaquina, Raimundo (falecido), Adilson (falecido) e Fátima.
Vicente Geraldo de Mendonça Lima deixou para Itacoatiara que elegeu como sua, um grande legado. Na política, com a experiência que possuía, apontava com antecedência, os candidatos vitoriosos nas eleições, tendo mostrado grande prestígio quando elegeu, em 1946, o seu filho Vicente Geraldo de Mendonça Lima Júnior, Deputado Constituinte de 1947.
Tornou-se profundo conhecedor das fontes de direito, versado nas regras processuais cíveis e penais, acompanhando-as desde o Regulamento 737, até aos Códigos vigentes da época. Foi um verdadeiro jurisconsulto!
Em 1974, foi-lhe conferido a medalha Centenário de Itacoatiara, por iniciativa do então Prefeito Aurélio Vieira dos Santos. Bastante idoso, transformou-se em uma autêntica “biblioteca de Itacoatiara”, já que tudo sabia sobre ela, e comentava com muita lucidez, todos os acontecimentos, quando solicitados.
Vicentinho, além de conselheiro de pessoas necessitadas, também foi auxiliar do Engenheiro Cassiano Secundo, nas demarcações de melhoria das primeiras Ruas de Itacoatiara, vindo uma delas, decorridos vários anos, a levar o nome deste, por reconhecimento das autoridades da época. A referida Rua é justamente a que passa na parte lateral leste da Prefeitura Municipal e termina entre o Centro de Saúde III (antigo SESP) e a pequena igreja de São Francisco; local onde a partir de 1859, funcionou o segundo Cemitério de Itacoatiara, de nome “São Miguel”. Nessa Rua estou morando desde novembro de 2006.
Após os seus longos anos de trabalhos dedicados a Itacoatiara, já aposentado, tinha como passatempo deleitoso o jogo de dominó, que praticava sempre rodeado de amigos, à tardinha de todos os dias, disputando cafezinho. Isso ocorria cativamente no restaurante do Pavilhão explorado pela Sra. Laura Saraiva, que funcionou durante vários anos no local onde hoje é a Praça do Relógio, que faz frente para o Rio Amazonas, denominada “Luíza Valério” (mãe do saudoso e expoente orador itacoatiarense João Valério de Oliveira, eleito Vereador em 1955, e Deputado Estadual em 1957, para a legislatura 1958/1972). O seu Vicentinho, na maioria das vezes, proporcionava a vitória de sua dupla, pois era também exímio matemático.
Também era aficionado a esporte futebolístico. Em Itacoatiara, no decorrer de 1930, já existiam o Amazonas Futebol Clube, Botafogo Futebol Clube e Luso Brasileiro Futebol Clube – este fundado em 20/07/1936. Em sequência foi fundado: o Clube Santa Cruz, também em 1936; o Comercial, em 1938; o Bosque Clube, em 1939 e o Royal em 1942. Até o ano de 1938, Vicentinho Mendonça ainda assistia aos jogos, sucessivamente nos campos do Amazonas (área onde é hoje a Escola “Fernando Ellis Ribeiro”) e do Botafogo. Em 1938, por iniciativa do Prefeito Alexandre Antunes, o campo do Botafogo foi incorporado à administração municipal e, após dez anos, passou a chamar-se “Estádio Eurico Gaspar Dutra”
Ainda me lembro que, aos meus oito anos de idade, fui levado, por meu avô, ao Estádio e, juntos, assistimos a uma partida fervorosa entre Amazonas x Botafogo, oportunidade em que, para a sua alegria, o Botafogo, time de sua preferência e de cores alviverde, foi o vencedor.
Quando das suas atividades no Cartório, era sempre surpreendido com convite de apadrinhamento, oriundo, na maior das vezes, de pessoas do interior que, a exemplo do que citei antes, muito o admiravam, o que era aceito, aumentando o seu grande número de afilhados. Também recebia várias espécies de frutas, aves e peixes, que lhe eram ofertados pelos seus compadres. Pelo fato de os presentes serem constantes, ele mantinha em casa uma despensa de mais ou menos seis metros quadrados, ao que tive oportunidade de ver. A casa era composta por empregadas, afilhados, sobrinhos e grande número de netos órfãos de pais. Para o almoço, as empregadas tinham a artimanha de chamar a turma através de sinetas, cujo som era ouvido à longa distância, onde os netos ou afilhados se encontravam em brincadeiras. Ao ouvirmos o som da sineta, saíamos em desabalada carreira rumo à mesa.
O terreno do patriarca, de 281 metros lineares, onde estava situada a sua casa, ocupava uma área de 6.173 metros quadrados, o que correspondia à metade da quadra entre as Ruas Nossa Senhora do Rosário, Isaac Péres, Avenidas Manaus e Sete de Setembro. Nele existiam, em grande quantidade, árvores de frutas bem conhecidas como manga, abacate, laranja e demais que se possa lembrar.
Geralmente, a maioria das donas de casas costuma criar aves domésticas. Minha avó Joaninha não era diferente e mantinha no quintal, vasto número delas, como perus, patos e picotes. Ainda fazia o complemento criando porcos, cabras e carneiros. Lembro-me que até uma vaca leiteira era mantida no quintal, sempre alimentada com capim regional, deleitando do espaço suficiente, a qual, juntamente com as cabras, nos dava o leite do café cotidiano. Vivíamos em um autêntico sítio!...
Itacoatiara, na época, passava por dificuldades de água, o que somente se conseguia em cacimbas e poços. Não havia canalização pública. As cacimbas eram improvisadas nas áreas mais baixas da cidade, referindo-me aos arredores do riacho ligado ao Rio Amazonas, no Jauary, que mais tarde transformou-se em um gigantesco aningal. Os poços de água, que tinham maiores profundidades e tamanhos, dependiam de limpeza periódica e de grande custo, e bem poucas pessoas os possuíam, o que incluía o seu Vicentinho. O sarilho, de madeira e de regular tamanho, adaptado junto a ele, se encarregava de puxar a água, quando acionado manualmente. Esse poço era usufruído pelos moradores das proximidades, mediante a benevolente aceitação do biografado, que sempre adotou a política da boa vizinhança, mantendo o seu bom humor em todos os momentos, complementado com seu agradável sorriso. Ainda nesse mesmo terreno, praticávamos o futebol com time formado só com integrantes da família. Em uma parte da área era mantida uma horta caseira com toda espécie de legumes, também cultivados pela esforçada e saudosa Dona Joaninha.
Não vivo do passado, mas do presente, com precaução ao futuro. Apenas guardo na lembrança os bons tempos que me foram proporcionados pelo meu avô Vicentinho, extensivos aos demais netos tutelados, diferentes dos dias atuais, em que me obrigam a ver pessoas cercadas de lamentáveis condições humanas de vida.
A demolição da casa onde o patriarca viveu até os seus últimos suspiros, deixou saudades a mim, que sempre o acompanhou (na área permaneci durante quarenta anos), quanto a todos os demais membros da família, que guardavam na lembrança grandes acontecimentos refletidos pela boa amizade e respeito que ele cultivara. Entre eles, memoráveis visitas de pessoas ilustres da política amazonense da época em que também o seu filho, Dr. Vicente Geraldo de Mendonça Lima Júnior era Deputado Estadual Constituinte. A paisagem que se observava na casa onde o biografado morou, deu lugar a outra, desta feita para a posteridade, em forma de um estabelecimento educacional com o seu nome, fluindo assim o seu grande desejo transparecido nos momentos em que transmitia saber aos seus contemporâneos, no interior da sua própria residência que deu o nome de “Escola Minerva”. E aí está, no mesmo local, uma Escola sempre sonhada por ele; fato gerado das iniciativas de duas imponentes figuras da política itacoatiarense, nas pessoas do historiador autor de 14 livros, Dr. Francisco Gomes da Silva, que fez constar essa determinação na Lei Orgânica de Itacoatiara que redigiu como já foi citado no “Registro Importante” deste livro; e do Prefeito Mamoud Amed Filho, que a construiu, fazendo com que essa obra ficasse na história que relata todos os frutíferos trabalhos que realizou como Prefeito, em favor desta terra.
Vicentinho Mendonça, cercado pelo carinho dos seus parentes e de pessoas que lhe eram caras, faleceu no Hospital “José Mendes”, em Itacoatiara, vítima de Edema Agudo do Pulmão, às 15,00 horas do dia 25 de abril de 1976. Deixou-nos para sempre com 95 anos de idade, após decorrer mais de 70 anos de sua convivência conjugal, justamente no dia em que esta cidade que tanto amou completara 102 anos de sua elevação de Vila de Serpa à categoria de Cidade. Era reconhecido como o homem mais velho do Município, sem nunca ter usado óculos para fazer qualquer tipo de leitura, até nos seus dias finais de vida.
Apaixonado pela cidade, sempre expressou o seu desejo de nunca deixá-la, por qualquer motivo que fosse e concluía que aqui teria o seu jazigo como morada eterna; fato que já aconteceu há mais de 35 anos.
Esse nordestino refletiu em Itacoatiara, o exemplo de bondade, do caráter, da dignidade e do respeito; deixando gerações de pessoas que já integram a sociedade amazonense no campo do Direito, Medicina, Engenharia, Arquitetura, Jornalismo, Arte, Informática, Eletrônica, Administração e Político. Morreu como sempre viveu: simples, bondoso e amigo de todos e se foi sem deixar inimigos, marcando assim uma era nesta cidade, pelo patrimônio cultural que foi.
Netos:
Filhos de Flóro Rebelo de Mendonça: Jorge Lima, Aparecida, João Batista, Carlos e Heloísa. Filhos de José Rebelo de Mendonça: Marinildes, Simonildes (falelcida), Weber (falecido), Cleonildes (defensora pública aposentada), José Filho (falecido), Wagner (engenheiro), Romeiro (durante a década de 1990 exerceu, por duas vezes, o cargo de Prefeito de Presidente Figueiredo), Perpétua Socorro (médica), Alatéia (comerciante), Mônica (assistente social e advogada), Thêmis e Ademildes (administradoras). Filhos de João Rebelo de Mendonça: Maria do Socorro (professora aposentada), Antonildes (artista plástico - autor desta Biografia e dos desenhos da Bandeira e do Brasão de Itacoatiara, instituídos pela Lei Municipal nº 14, de 18/05/1982 e reformulada pela Lei nº 016, de 13/10/2003) e João (advogado radicado no Rio de Janeiro). Filhos de Vicente Mendonça Júnior: Cléia (falecida), Emiliano (engenheiro civil radicado em São Paulo), Augusto (advogado), Celso (falecido), e Ruy Sílvio (advogado). Filhos de Maria Mendonça dos Santos (falecida): Marivaldo (falecido), Raimar (comerciante), Vicente (falecido), Douglas (falecido), Hudson (repórter radicado em São Paulo), Paulo Roberto e Neuracy. Filhos de Antonino Rebelo de Mendonça: Glêse, Lênis (professora) e Paulo (falecido). Filhos de Gracilinda Rebelo de Mendonça: Edmilson (falecido) e Nayde de Mendonça Teixeira.
Bisnetos :
Filhos de Marinildes Costeira de Mendonça Lima: Rebeca (Juíza de Direito) e Marcelo (Advogado). Filhos de Simonildes Costeira Mendonça de Nóvoa: Cássio (Engenheiro Civil com Mestrado em Informática no Japão) e Patrícia (Psicóloga). Filhos de Weber Costeira de Mendonça (Falecido): Walber (Administrador de Empresas), Weber Jr. e Priscila (Enfermeira). Filho de Cleonildes Costeira de Mendonça: Virgílio (Advogado). Filhos de Thêmis Costeira de Mendonça: Leopoldo Neto (Nível Superior em Engenharia Eletrônica), Daniele (Advogada), André Luiz (Jornalista) e Trícia (Advogada). Filhos de José Rebelo de Mendonça Filho (falecido): Morgana e José Neto. Filho de Wagner Costeira de Mendonça: Wagner Jr. e Lucas. Filhos de Ademildes Costeira de Mendonça Dantas: Michela (Engenheira Elétrica), Nelson Jr. (Economista) e César (Economista); Filhas de Romeiro Costeira de Mendonça: Bruna, Victória e Aida. Filho de Perpétua Socorro Costeira de Mendonça: Hélio Jr. Filho de Mônica Costeira de Mendonça Furtado: Guilherme. Filhos de Alatéia Costeira de Mendonça: Bruno (Médico), Rafael e Thiago. Filhos de Maria do Socorro Mendonça Vieira: Marco Antonio, Ana Maria, João Alfredo, Geraldo, Ângela, Antonio Lúcio, João Batista, Roseane Maria (falecida), Carlos Afrânio e Roberto. Filhos de Antonildes Bezerra de Mendonça: Olenildes (formada em Administração com pós-graduação em Gestão de Pessoas), Antonildes Jr. (falecido) e Olenívia (Formada em Arquitetura e Urbanismo). Filhos de João Rebelo de Mendonça Filho: Regina Cássia (Bacharela em Letras), Rubem (Bacharel em Educação Artística) e Rogério. Filhos de Raimar Mendonça Aguiar: Raimar Jr., Raniere, Reyner, Raynor, e Raimara. Filhos de Vicente Mendonça Aguiar (falecido): Tânia, Jane Mara, Sérgio, Simone e Márcia. Filhos de Hudson Mendonça Aguiar: Marcela e Hudson Jr.. Filhos de Neuracy Mendonça dos Santos Figuerêdo: Vaanclin, (Advogado e formado em Processamento de Dados); Isaac (Engenheiro Elétrico e Acadêmico de Odontologia) e Isaaclin (Engenheiro Civil, Engenheiro Mecânico e Acadêmico de Matemática). Filhos de Paulo Roberto Mendonça dos Santos: Lady Polyane, Michele, Paula, Sérgio, Paulo Jr. (Médico R-3- formado no INCA, com especialização em Procto, Oncologia, Gastrenterite e Traumatologia); Nirvana Geisiana e Álife. Filhos de Glêse Mendonça de Oliveira: Glesiomir (Nivel Superior em Administração de Empresas); Aluísio Filho (Nível Superior em Administração de Empresas) e Glêucio (Engenheiro Civil). Filho de Paulo Mendes de Mendonça Lima (falecido): Antonino Neto (falecido). Filhos de Nayde Mendonça Teixeira: Eliana, Osório, Paulo Jr. e Eleonora. Filhos de Emiliano Stanislau de Mendonça: Gustavo (Advogado), Guilherme e Augusto. Filho de Augusto Vicente Stanislau de Mendonça: Eduardo. Filhos de Celso Stanislau de Mendonça (falecido): Priscila (Advogada). Filhos de Ruy Sílvio Lima de Mendonça: Heitor, Giovanna e Fernanda. Filhos de Jorge Bonifácio de Mendonça Lima: Érika de Mendonça Lima (Professora - formada também em Economia e Letras com habilitação em inglês) e Mário Jorge de Mendonça Lima (Aposentado). Filhas de João Batista Trusman de Mendonça: Daniele (Curso Superior em Odontologia) e Andréia (advogada e psicóloga). Filhas de Carlos Trusman de Mendonça: Carlyara, Ena Caroline e Loise. Filhas de Maria Aparecida Trusman de Mendonça: Suzy (Nutricionista), Patrícia (Advogada). Filho de Heloiza Trusman de Mendonça: Daniel.
Trinetos:
Filha de Rebeca de Mendonça Lima: Mariana. Filhas de Daniele de Mendonça Menezes: Daniella e Manuella. Filhos de César de Mendonça Dantas: Felipe e Laura. Filhos de Glesiomir: Pedro Henrique e Laísa. Filhos de Aluísio Jr.: Rafaela e Nelson André. Filhos de Glêucio: Thiago e Glêucio Jr.. Filha de Raimar Mendonça Aguiar Jr.: Jéssica. Filhos de Reyner Mendonça Aguiar: Roney e Raiane. Filhas de Raynor Mendonça Aguiar: Raphaela e Rayra. Filhos de Márcia Mendonça Aguiar: Rubens e Nicole. Filhos de Janimara Aguiar Brandão: Janice e James. Filha de Cássio Mendonça Nóvoa: Bárbara. Filhos de Marcos Mendonça Vieira: Rosângela e Marcos Anderson. Filhos de Ana Maria Mendonça Vieira: Rominei e Romaniel. Filhos de João Mendonça Vieira: Jusely e Rafael. Filhos de Geraldo Mendonça Vieira: Jaderson e Joelmir. Filho de Afrânio Mendonça Vieira: Bruno. Filhos de Lúcio Mendonça Vieira: Ricardo e Nataly. Filha de João Batista Mendonça Vieira: Débora. Filhos de José Roberto Mendonça Vieira: Robert, Roberson e Daiana. Filhas de Ângela Mendonça Vieira: Clara Karoline e Kamila. Filha de Roseane Mendonça Vieira (falecida): Rayssa. Filho de Olenildes da Silva Mendonça: Victor. Filha de Olenívia Espírito Santo de Mendonça Chagas: Maria Clara. Filha de Suzy Trusman de Mendonça: Letícia. Filhas de Erika Mendonça Lima: Ítala, Pâmela e Valéria (formada pela FUCAPI Analista de Sistema). Filhos de Mário Jorge Mendonça Lima: Naila Vitória, Luiz Eduardo, Carlos Alberto e Gabriel Cahuan. Filhas de Eleonora Mendonça Teixeira: Renata e Daniela. Filho de Osório Mendonça Teixeira: Rita e Tiago. Filho de Gustavo Monte Ablas Stanislau de Mendonça: Luiz Gustavo. Filhos de Sérgio Rogério da Silva Aguiar: Sérgio Jr., Nilvan e Aline. Filhos de Tânia Aguiar: Rafael e Ragner.
Casa que havia na Avenida Sete de Setembro com o nº 922, na qual Vicente Geraldo de Mendonça Lima residiu durante toda a sua vida, e onde foi velado em seu falecimento, em 25/04/1976.
Ao criar a Escola “MINERVA”, na década de 1920, com os seus 39 anos de idade, usou essa residência também como sede escolar e nela empregava as suas atividades docentes
Era toda de adobe e foi demolida no dia 15/09/2001, para a construção da Escola Estadual que tem o seu nome e da qual também é patrono. A obra teve início imediatamente após a demolição.
